“O que é lenda e o que é realidade? Não é porque não se acredita em algo, que aquilo não exista, principalmente se fizer parte do além!” Meu nome é Paulo Roberto, tenho 64 anos e nasci e me criei em Santo Antônio, nas imediações de onde é hoje a Avenida Brasil.
Quem foi menino em Santo Antônio na década de 60, sabe muito bem que coisa estranhas aconteciam na área que vai até o Olímpico, quando ainda não havia ponte e a travessia era feita por catraias.Isso aconteceu em um sábado, quando eu tinha 16 anos, na verdade o primeiro sábado da quaresma, bem no local onde fica hoje o Centro de Convivência Magdalena Arce Daou, numa época em que tudo era matagal fechado. Nesse sábado, fomos em três pessoas, um amigo, papai e eu.
Estávamos procurando espécies de orquídeas, mais precisamente aquelas amarelinhas que crescem nos troncos das árvores também conhecidas como “Parasitas”.
Eram quase 11:00 hs. O sol estava forte, mas dentro da mata a impressão é que eram umas 18:00 hs. A névoa que se abrigava nos lugares mais remotos era tão densa que a visibilidade era quase zero, por isso resolvemos não sair da trilha. Havíamos caminhado já por meia hora, e nada de achar as “Parasitas”, decidimos ir embora e tomar um sorvete pois o calor era intenso. Porém, totalmente contraditório com o calor que fazia, era a neblina que se tornava cada vez mais intensa.
Quando percebi, não tinha mais a visão do meu amigo, nem do papai à minha frente! Chamei por eles, mas não me responderam. Achei que estavam de brincadeira e continuei caminhando.Comecei a sentir um cheiro muito forte de carniça, parecia que tinha um boi morto bem na minha frente, chegava a ser insuportável.
De repente um barulho sobre as árvores me fez perceber de que havia “algo a mais” naquele lugar. Parecia haver alguma criatura saltando de árvore em árvore. Eu somente conseguia ver o vulto passando sobre minha cabeça de um lado para o outro, como o Predador do filme do Arnold Schwarzenegger. Decidi apertar o passo e nem sinal do meu pai e de meu amigo.Al
Aquele cheiro de carne podre já estava me dando enjôo, foi quando ouvi como se alguém pulasse sobre as folhas secas no chão atrás de mim. Senti um arrepio agudo subir pela minha espinha até atrás dos ouvidos. Num súbito momento de coragem me virei para trás e pude ver a uns 5 metros de mim uma figura humanóide com mais ou menos 2 metros de altura, andava meio curvado em minha direção a passos lentos.
A face era desfigurada e, assim como todo seu corpo, extremamente magra. Tinha dois buracos no lugar dos olhos e nas costas tinha uns tocos, parecendo asas e as garras eram enormes. O fedor insuportável era ele quem exalava. Seus olhos não possuíam vida alguma mas continham uma maldade assustadora. Fiquei meio que paralisado por uns 5 segundos que mais pareceram 5 horas.Foi quando papai me chamou bem atrás de mim, olhei para trás e pude ver meu pai e meu amigo correndo em minha direção. Quando me voltei para outro lado, a criatura lentamente estava desaparecendo em meio a densa neblina, caminhado lentamente. Quando meu pai chegou até mim, ainda pode perceber também aquele cheiro horrível que eu senti, comprovando a mim mesmo que não se tratava de uma alucinação. Contei a ele e decidimos ir embora na mesma hora.
Papai me disse que nos dias muito quentes, essa criatura aparecia, assustando as pessoas e comendo galinhas e bodes. Segundo o amigo do meu pai, até pessoas já haviam sumido, naquele local e outras pessoas também já tinham visto a criatura, mas nunca ninguém soube a natureza dela, se era da terra ou se veio do espaço.