Aqui no Iranduba, como em outras partes deste imenso Amazonas, acontecem coisas sobrenaturais que muita gente não acredita, tanto pelos tempos atuais, como pelas fake news que vemos nas redes sociais, mas quem mora ou conhece o Lago do Ubim, sabe das coisas que acontecem, principalmente pelas imediações da fazenda do Coronel Josué.
Me chamo José Paulo, tenho 29 anos e o mesmo nome do meu pai. Papai contava histórias de botos, cabôcos d’água, cobra grande, mas eu nunca acreditei, até que depois de adulto tentei resgatar a memória do meu pai e comecei a percorrer os lugares onde ele contava que aparecia o “Encantado”. Sou mergulhador profissional – trabalhei em garimpo mergulhando com aparelho, aí, em minhas férias, fui para o Lago do Ubim.
Era uma manhã de sábado, em julho ou agosto de 2018, por volta das 9:00 da manhã. Naquele dia eu estava com meu cunhado e um casal de amigos em meu barco a motor. Nós estávamos todos ansiosos para ir pescar e aproveitar o dia.
Quando saímos do porto, segui o mesmo caminho que papai dizias. Em um certo ponto, reduzi a velocidade do barco ao me aproximar de um monte da capim; após lançar a âncora, pegamos os anzóis e começamos a pescar.De repente, eu avistei uma criatura emergir da água, mas não totalmente, apenas a cabeça e o pescoço estavam visíveis.
Eu senti um arrepio na espinha e meu coração começou a bater mais rápido. Imediatamente, eu chamei a atenção do meu cunhado, apontando para a criatura. Nós ambos concordamos que não podia ser um ser humano.A criatura olhou para o outro lado da lagoa e, em seguida, se virou para olhar para mim por cerca de 5-6 minutos, permitindo que eu obtivesse uma visão mais clara dela. Eu notei que ela não tinha máscara ou tanques de oxigênio.
A parte visível do seu corpo era de cor amarelo-limão e era sem pelos; os olhos também eram amarelos e em forma de amêndoa, com pupilas verticais, e o queixo não era muito pronunciado.A cabeça, boca e nariz eram como os de um ser humano, mas eu podia ver que não era um homem, mas sim uma criatura que parecia ser uma mistura de anfíbio e humano.
Eu senti um misto de fascínio e medo, não sabendo o que fazer ou como reagir. Em um certo ponto, o meu cunhado e eu nos perguntamos sobre a natureza da estranha criatura; ao ouvir a conversa, os dois amigos se viraram para nós e também viram a criatura estranha na água.Surpresos, a mulher perguntou o que era, e disse aos homens que estava com medo e prestes a gritar.
Os homens aconselharam-na a se manter calma, para evitar pânico ou fazer qualquer tipo de movimento que pudesse colocar em perigo o barco a motor, ou a si mesma, já que ela não sabia nadar. A criatura estava a cerca de 3 metros do barco a motor, ao lado do barco, e parecia estar nos observando.Nós não podíamos ver ninguém mais perto de nós; parecia que estávamos sozinhos no lago.
Não havia vento e reinava uma calma total, como se o tempo tivesse parado. A água, de negra, ficou marrom e turva, o que reforçou a teoria de que essa criatura não podia ser um homem, já que ele não teria tido visibilidade suficiente debaixo d’água. Nesse momento, puxei meu celular e tentei fazer uma foto, aí a criatura se assustou.Em um certo ponto, a criatura se virou novamente e mergulhou de volta na água de forma completamente vertical, como se tivesse sido sugada para o fundo da lagoa.
Nós não vimos qualquer outro movimento na área; e havia silêncio total. Eu e os homens já não sentíamos medo, apenas curiosidade; a mulher foi a única que estava assustada. Perplexos, nós permanecemos na água por cerca de uma hora mais, e então retornamos ao porto, ainda tentando entender o que havíamos visto. Ao olhar para a foto vi, estranhamente, que ela tinha saído em preto e branco.Naquele momento eu entendi que papai nunca mentiu. Em março voltarei para lá, mais equipado e com scuba diver, para mergulhar com oxigênio, pois pressinto que existe um outro mundo embaixo das águas do Ubim.