Em uma grande operação contra o crime organizado, a Polícia Federal deflagrou a Operação Ouro Negro e desmantelou um esquema milionário de lavagem de dinheiro e venda ilegal de minério da Terra Indígena Yanomami. A ação bloqueou R$ 265 milhões em bens de investigados e expôs a complexa rede criminosa que envolvia servidores públicos e empresas de fachada.
A investigação revelou que a quadrilha atuava em quatro etapas para dar aparência de legalidade à cassiterita — o “ouro negro”, usado na fabricação de celulares, latas e peças de carro. Extração: O minério era extraído ilegalmente de áreas protegidas. Transporte: Em seguida, era transportado para empresas de fachada no Amazonas e em Roraima.
Lavagem: A organização criminosa usava licenças ambientais falsas para “legalizar” a origem do material. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), em Roraima, onde servidores facilitavam o esquema. Comercialização: Por fim, a cassiterita era vendida para grandes indústrias no Brasil e no exterior.
A Operação Ouro Negro é um desdobramento da Operação Libertação, que visa proteger os territórios indígenas. A Justiça determinou a suspensão das atividades das empresas envolvidas e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, acompanha o caso.
A extração ilegal de cassiterita causa um grande impacto ambiental e social, com desmatamento, contaminação de rios e violência contra os povos indígenas. A Polícia Federal estima que o esquema criminoso movimentou milhões de toneladas do minério nos últimos cinco anos.