O panavueiro que tomou conta da Câmara Municipal de Manaus na terça-feira (8) ultrapassou os muros do legislativo e chegou à Polícia Federal. Os vereadores Rodrigo Guedes (Progressistas) e Adenor Lima (União Brasil), junto com a deputada estadual Joana Darc, decidiram levar o embate para a esfera federal, com acusações graves envolvendo fake news, uso de dinheiro público e supostas investigações em andamento.
Ambos os políticos convocaram a imprensa para coletivas em frente à sede da PF, às 16h, prometendo formalizar denúncias e exigir apurações. O estopim da crise ocorreu durante uma coletiva na CMM, quando Adenor Lima acusou Rodrigo Guedes de estar por trás de ataques de fake news contra seu filho, Joaquim, que é uma pessoa com deficiência (PCD). Segundo Adenor, um inquérito da Polícia Federal já estaria investigando o caso, com indícios apontando para pessoas ligadas ao gabinete de Guedes como responsáveis pela disseminação do material difamatório.

Não à CPI dos Empréstimos
“Não assino a CPI porque não confio em quem está por trás disso. Há um inquérito na PF que mostra que fake news contra meu filho vieram de pessoas próximas ao vereador Guedes”, declarou Adenor, sem apresentar provas concretas no momento. A acusação foi uma resposta à pressão de Guedes, que lidera a proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Empréstimo para investigar possíveis irregularidades na gestão de recursos obtidos por empréstimos municipais. Durante a coletiva, ao ser questionado sobre seu apoio à CPI, Adenor rejeitou a iniciativa e trouxe o caso pessoal à tona, intensificando o clima de tensão. Guedes, por sua vez, reagiu com indignação.

Quero ver as provas, diz Guedes
“Isso é muito grave! Cadê as provas? Não vou aceitar acusações sem fundamento. Se tem algo, que mostre agora!”, rebateu o vereador, enquanto o embate era gravado e rapidamente se espalhava pelas redes sociais. Diante da gravidade das declarações, Guedes anunciou, em uma publicação no Instagram, que levaria o caso à Polícia Federal. “Rodrigo Guedes convida toda a imprensa para uma coletiva na Polícia Federal às 16h, onde ingressará com requerimento para que esta abra investigação sobre as declarações do vereador Adenor Lima, citando um suposto processo da Polícia Federal contra mim! Agora o vereador terá que provar”, escreveu ele, desafiando o colega a sustentar suas afirmações.

Respingou na Aleam
Paralelamente, a deputada Joana Darc também entrou na disputa e convocou a imprensa para o mesmo horário e local. Ela afirmou que formalizará uma denúncia contra o uso de recursos públicos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) da CMM para financiar fake news contra seu filho, Joaquim, durante o período eleitoral. “Eu, deputada Joana Darc, convido a imprensa para uma coletiva na frente da Polícia Federal às 16h. O objetivo da denúncia é que fake news contra meu filho Joaquim (PCD) foram patrocinadas por dinheiro público de CEAP da CMM em período eleitoral. Além disso, essa denúncia que irei fazer já foi feita também pelo deputado federal Amom Mandel”, declarou a parlamentar.

Roupa encardida
O vídeo do confronto na CMM, que viralizou nas redes sociais, expôs uma rixa que vai além das divergências políticas e agora ganha contornos judiciais. A expectativa é que as coletivas na Polícia Federal tragam mais detalhes sobre as denúncias e as provas que cada lado promete apresentar. Enquanto isso, a população de Manaus acompanha o desenrolar de um caso que mistura política, acusações pessoais e o uso de instituições federais para resolver disputas locais.