Meu nome é Julia, moro em Educandos, perto do restaurante Panorama, e a história que vou contar aconteceu há 18 anos, quando eu morava na Betânia e não foi bem uma experiência assombrada, mais uma experiência sobrenatural. Tive várias experiências profundas na minha vida, mas a que mais se destacou foi esta, depois que meu padrasto faleceu.
Éramos muito próximos! Ele era meu conselheiro do Ensino Médio e conheceu minha mãe, enquanto ambos estavam passando pelos seus divórcios. Seus corações se conheceram e minha vida de adolescente tinha acabado – não podia dar nada de errado na escola; tive que ser “a menina certinha”.
Eles se amaram, cada um imensamente, casaram e foram felizes por 23 anos. Em pouco tempo eu o chamava de “papai”, pois sempre me tratou como a filha que ele nunca teve.
Mas certo dia, ele teve um ataque cardíaco, causando-lhe coma por 3 dias e, depois, foi diagnosticado com morte cerebral. Durante esses três dias, eu li a sua Bíblia e o livro “Gaivota, de Jonathan Livingston”, sem me afastar de seu lado.
Antes do ataque, estávamos planejando fazer um cruzeiro. Ele disse que queria dançar com sua filha (EU) nessa viagem. Quando percebemos que não havia realmente mais esperança, autorizamos o hospital a desligar o suporte artificial de vida e ele morreu.
Foi um momento muito triste na minha vida. Sua morte foi uma perda tremenda e tivemos muitas pessoas no seu funeral. Era querido por muitos. Como professor, amado por todos!
Dois meses depois, eu estava em minha casa, dormindo profundamente, quando o papai veio me ver. Estávamos num ambiente elegante, sob uma luz branca brilhante e ele vestia o terno mais branco que eu já vi.
A música “What a Wonderful World”, por Louis Armstrong (uma das músicas tocadas em seu funeral), estava tocando de fundo e ele pegou minha mão e me levou para dançar!
Dançamos a música inteira, ele de terno branco e eu de jeans, uma camisa verde e minhas botas. Ao terminar a canção, ele parou e segurou minhas mãos contra seu peito e depois as beijou, olhou para mim e simplesmente sorriu.
Quando ele voltou a andar em direção à Grande Luz, eu gritei:
“Não vá, não vá! Fique comigo!!!”
Ele olhou por cima do ombro, virou-se e disse:
“Você sabe que eu te amo, minha filha!”
E com isso, ele foi embora de novo. Acordei dizendo ao meu marido: “Papai estava aqui, ele estava aqui”.
Isto não foi um sonho!!!
Meus sonhos, nunca fazem sentido, nunca têm cheiro, nunca se sente calorias ou fazem meus olhos doerem pelo brilho da luz.
Essa…visita, teve tudo isso! Senti o cheiro do perfume dele, senti a mão dele na minha, senti o calor da Luz, da música…tudo foi real.
Estava triste mas, ao mesmo tempo, me sentia feliz, porque sabia que papai estava em algum lugar lindo e, talvez, muito perto. Nunca me senti tão perto dele, depois da morte, como naquele exato momento. Já se passaram 18 anos, mas essa dança é como se fosse “ontem”. Dançaremos de novo, quando eu atravessar “a cortina final desta vida” e voltar a vê-lo.