Na vibrante cidade de Parintins, coração da Amazônia, um capítulo significativo da história local foi revisitado e reescrito nesta sexta-feira, 21 de junho de 2025. O prédio que outrora pulsava com o ritmo da produção têxtil, marcando época como um dos principais motores econômicos da região através da manufatura de juta, ressuscitou com uma nova e promissora identidade. Após um período de inatividade que deixou marcas na memória da comunidade, o espaço foi meticulosamente revitalizado, sendo reinaugurado como o moderno e multifuncional Mercado Municipal Luiz Gonzaga, situado estrategicamente no centro da cidade.
Por mais de quatro décadas, a imponente estrutura fabril ecoou o trabalho árduo de gerações de parintinenses, consolidando-se como um símbolo de um ciclo econômico pujante que impulsionou o desenvolvimento local durante o século XX. Agora, repaginado e pronto para um novo futuro, o complexo abriga uma diversidade de atividades econômicas e culturais.
A cerimônia de inauguração foi marcada por forte emoção e celebração. Moradores, autoridades e visitantes compartilharam um sentimento comum de resgate histórico e profunda valorização da identidade cultural de Parintins. Sara Martins, uma técnica judiciária presente no evento, foi uma das primeiras a explorar o renovado espaço. Em suas palavras, ecoou a conexão pessoal e familiar com o local: “Antes era uma fábrica de juta que a minha avó inclusive trabalhou aqui. A história da nossa família nessa cidade começou aqui, era de onde minha avó tirava o sustento”, revelou, emocionada.
A minuciosa revitalização do prédio teve o cuidado de preservar elementos importantes da arquitetura original, testemunhas silenciosas de um passado industrial glorioso. Além disso, partes do antigo maquinário utilizado na linha de montagem da juta foram integradas ao novo espaço, funcionando como memoriais que contam a história da cidade. Para o prefeito de Parintins, Mateus Assayag, a reabertura do mercado representa não apenas um resgate da memória, mas também uma injeção de ânimo para a economia local: “Um prédio histórico que já teve o seu tempo no auge da juta na nossa cidade e que hoje é devolvido para Parintins para, da mesma forma, gerar emprego e renda”, enfatizou.
Senadores importantes como Omar Aziz e Eduardo Braga, que prestigiaram a cerimônia, também fizeram questão de ressaltar o significado da revitalização. “Agora vai ser eternizado em um prédio que está belíssimo, por fora e por dentro. Pessoas vão poder trabalhar e ganhar seu dinheirinho”, comentou Aziz, evidenciando o potencial de geração de renda do novo mercado. Braga complementou, destacando a abrangência do impacto da iniciativa: “Tem impacto econômico, social, cultural e no turismo. Traz dignidade e continuidade de investimentos”.
A escolha do nome do mercado é também uma homenagem a Luiz Gonzaga, uma figura emblemática, um dos fundadores do Boi Caprichoso, um dos pilares da rica manifestação cultural do Festival de Parintins. Para aqueles que chegam agora à cidade, a reabertura do mercado carrega um forte simbolismo, representando um ponto de encontro entre o passado e o futuro. Néo Araújo, um gestor cultural, compartilhou sua visão: “Presenciar a reinauguração desse espaço no primeiro dia em Parintins é simbólico para a comunidade e para a economia criativa. Parintins está se tornando um celeiro, uma referência para o Brasil na inovação e no campo da cultura”.