Os fiéis que foram à Catedral Metropolitana de Manaus, conhecida como Matriz, localizada na Praça XV de Novembro, no Centro Histórico de Manaus, celebrar a Sexta-Feira da Paixão foram surpreendidos com uma mudança drástica na igreja que tem Nossa Senhora da Conceição como padroeira.
A pergunta que pairava no ar: “Onde tinha ido parar o altar benzido por sua santidade, o Papa João Paulo II, quando veio a Manaus?”.
O altar, esculpido em mármore, pelo artista francês Joseph Gaune, em 1874, em estilo arquitetônico Altar Mor, foi removido pela administração da Igreja sem nenhuma explicação.
Após o ‘zunzunzum’, a igreja resolveu se manifestar: o altar foi trocado por um mais simples esculpido em madeira com autorização do padre Hudson Ribeiro, sob a alegação de que o antigo altar encobria a imagem da padroeira e também a visão dos fiéis quando sentados.
Contudo a explicação só serviu para aflorar os ânimos e a indignação dos frequentadores do templo religioso. Fiéis, como o artista plástico Rui Machado e o administrador e pesquisador Roger Péres, filho do falecido senador Jefferson Péres, ficaram revoltados com a mudança.
“O que aconteceu é um dano ao patrimônio público, o que configura crime. Se a dita obra não possui autorização específica de nenhum órgão responsável, isso é gravíssimo”, disse o pesquisador.
A catedral é tombada pelo Patrimônio Estadual e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Já a pedra do altar tem tombamento especial, feito no governo de José Lindoso, por ter sido usada pelo papa João Paulo II, canonizado, quando visitou Manaus, em 1980.
A nota da Igreja Católica
Foi mantida na sua totalidade a pedra original (mármore) abençoado por São João Paulo II, ou seja, a parte superior da mesa. A pedra foi embutida na madeira, sem nenhum dano.
O novo altar foi projetado por um arquiteto após consulta de especialistas em liturgia quanto ao material e espaço litúrgico.
Com o novo altar será possível mais movimentação no presbitério nas grandes celebrações, visibilidade do presbitério para a nave (e vice-versa) e possibilidade de realização de concertos sacros e religiosos (coro e orquestra).
O Pároco consultou anteriormente o IPHAN antes da realização da mudança do altar.
Pe. Hudson Ribeiro (Pároco da Catedral)
Foto: Reprodução