Dia de Finados é um dia que eu não saio de casa, muito embora tenha vários parentes enterrados no Cemitério de Santa Helena, no bairro de São Raimundo, em Manaus. Meu nome é Idelfonso e a história que passo a contar foi um fato que atingiu toda minha família.
Eu e minha minha irmã de criação chamada Lindalva, estávamos em casa de noite, na Década de 70, quando não havia luz elétrica nem asfalto e os bairros de Santo Antônio, onde eu morava, e São Raimundo, eram unidos somente por uma estrada que o trator tinha acabado de abrir, ao lado de onde hoje é a Câmara de Vereadores e a Feira Coberta.
Era Dia de Finados e a noite parecia um brêu. Meu pai era o coveiro do cemitério e contava várias histórias sobrenaturais, mas irmã não acreditávamos. Fazia bastante calor e eu e Lindalva fomos sentar em frente. Lembro-me que conversamos tanto que até perdemos a hora. Nossos pais já estavam dormindo, mas por fazer muito calor, estávamos sem sono nenhum.
Lindalva lembrou do cemitério que ficava próximo de casa. Curiosos, fomos até o muro do cemitério que era baixo e ficamos olhando lá dentro. Começamos a bater fotos com uma máquina Polaroid fotográfica antiga de papai. Tiramos fotos de dentro do cemitério.
Ao conferirmos as fotos, notamos que dava pra ver coisas estranhas. Era uma imagem distorcida, mas pareciam centenas de pessoas ao fundo, andando dentro do cemitério, cada uma com velas nas mãos. Ficamos assustados pois não havia movimento algum ali naquele momento. Naquela noite, nem dormimos.
Na manhã seguinte, mostramos as fotos para papai.Ele ficou espantada ao ver aqueles vultos carregando velas na rua e disse que isso era normal acontecer naquela data. Ele disse que no Dia de Finados, durante a madrugada, as almas do cemitério saem dos túmulos, pedindo por salvação.











