Manaus é a cidades das contradições, pois enquanto dados da Suframa dão conta que o Polo Industrial de Manaus, o PIM, bateu recorde em faturamento, por outro lado, fora desta ilha, a pobreza e a fome caminham juntas. Manaus é a quarta cidade com mais favelas em todo o país, fruto de um processo que veio crescendo com o passar dos anos, com a chegada de famílias inteiras vindas do interior do estado em busca de novas oportunidades. Com a falta de emprego e moradia, populações inteiras foram se estabelecendo na periferia, colocando nossa cidade no mapa das favelas.
A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) informou que o Polo Industrial de Manaus (PIM) registrou faturamento de R$ 170,44 bilhões nos dez primeiros meses deste ano, o que representa crescimento de 14,43% em relação ao desempenho em igual intervalo de 2023 (R$ 148,96 bilhões). Em dólar, o faturamento do PIM no período de janeiro a outubro também teve variação positiva – os US$ 31.96 bilhões faturados foram 7,33% maior que o montante de US$ 29.77 bilhões obtido no mesmo período de 2023.
Exportações
Os indicadores de desempenho do PIM, sistematizados e publicados pela Suframa, também revelam exportações de US$ 541.54 milhões nos dez primeiros meses deste ano, o que representa aumento de 14,16% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 474.36 milhões).
Com relação à mão de obra, o PIM fechou outubro com um total de 125.277 trabalhadores, entre empregos diretos, temporários ou terceirizados. Na comparação com outubro de 2023 (115.947 trabalhadores), a variação foi positiva em 8,04%. Com os resultados apurados até outubro deste ano, a média mensal de empregos diretos gerados pelo PIM, em 2024, é de 121.748 trabalhadores.
Segmentos e produtos
Os cinco segmentos industriais com maior volume de faturamento nos dez primeiros meses deste ano foram Bens de Informática (faturamento de R$ 39,12 bilhões), Eletroeletrônico (R$ 30,8 bilhões), Duas Rodas (R$ 30,65 bilhões), Químico (R$ 16,99 bilhões) e Termoplástico (R$ 15,33 bilhões). Todos esses subsetores também apresentaram crescimento de, no mínimo, 7,06% entre janeiro e outubro, sendo os subsetores Termoplástico e de Duas Rodas os maiores destaques, com crescimentos de 20,64% e 18%, respectivamente, ante o resultado obtido no mesmo período de 2023.
As linhas de televisores com tela de LCD e OLED, com 11.936.285 unidades produzidas nos dez primeiros meses deste ano, obtiveram aumento de 11,57% na comparação com igual período de 2023 (10.698.840 unidades). Outros produtos que também se destacaram incluem as motocicletas, motonetas e ciclomotos, com 1.543.372 unidades produzidas e aumento de 12,99%; condicionadores de ar do tipo split system, com 4.809.160 unidades e aumento de 51,25%; condicionadores de ar de janela ou de parede de corpo único, com 354.649 unidades e aumento de 111,87%; monitores com tela de LCD para uso em informática, com 2.751.510 unidades e aumento de 36,79%; fornos micro-ondas, com 4.583.332 unidades e aumento de 45,67%; e tablets, com 1.388.653 unidades e aumento de 22,2%.
Avaliação
De acordo com o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, a Zona Franca de Manaus está próxima de fechar 2024 com um novo recorde de faturamento. “Deveremos chegar até o final deste ano com um faturamento próximo de R$ 200 bilhões, o que será mais um marco na história da indústria da ZFM. Temos também que ressaltar os resultados expressivos de mão de obra, que muito nos satisfazem, pois nossa média mensal superior a 120 mil empregos diretos até outubro mostra que conseguimos gerar cerca de 8,5 mil novos empregos somente neste ano”, destacou Saraiva.
Manaus paraíso das favelas
O bairro Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, na Zona Norte de Manaus, ocupa a quarta posição no ranking das maiores favelas do país em população, com mais de 55 mil moradores. A informação consta no Censo 2022, e foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que entre as 20 favelas mais populosas do Brasil, seis estão localizadas nas zonas Leste e Norte de Manaus.
O termo favela voltou a ser usado pelo IBGE após 50 anos. Para o instituto, favelas e comunidades urbanas são regiões em que há insegurança jurídica da posse, ausência ou oferta incompleta e/ou precária de serviços públicos, edificações, arruamento e infraestrutura geralmente feitos pela própria comunidade e localização em área com restrição à ocupação.