“Saúde mental” ganhou espaço de destaque na 1ª Feira da Qualidade, na programação de palestras do evento aberto ao público, que ocorre até sexta-feira, 14, no SESI Clube do Trabalhador. Um dos painelistas sobre o assunto foi o psicólogo Jesse Rebelo, da TPV, empresa do Polo Industrial de Manaus (PIM), que dispõe de serviço de atendimento para saúde mental, e atualmente emprega mais de mais de 1,9 mil pessoas na fábrica. A finalidade do trabalho é cuidar dos transtornos mentais, apresentados pelas pessoas, principalmente durante a pandemia da covid-19 nos anos de 2020 e 2021.
Com equipe multidisciplinar, a TPV já desenvolvia em 2019 projeto de acolhimento e escuta psicológica, de forma individual, para os funcionários no espaço saúde da empresa, para que as pessoas consigam desenvolver ou criar a mentalidade ou consciência de que têm um ambiente seguro para falar justamente do que consideram proibido falar, explica o psicólogo.
“Na verdade, a gente não é treinada, nem ensinada e nem educada para falar, pelo contrário, se a gente começa a mostrar falhas na memória, já começa a escutar coisas que antes não ouvia e, no fundo, no fundo, cada um tem um pouco de loucura, e depende muito do momento em que estamos vivendo”, argumenta o psicólogo.
Rebelo explica que cada um de nós carrega uma pré-disposição, e o que vai desencadear isso é um estressor, como a perda de um ente querido, a perda de um emprego dos seus sonhos ou de um relacionamento em que você se dedicou por anos a fios, tendo a necessidade de se refazer, a partir de então. “É nesses momentos que a gente propõe, lá no projeto (da empresa), essa escuta e esse acolhimento, porque é um espaço de fato em que a gente preserva totalmente o paciente sob essas circunstâncias”.
Para o psicólogo, não há como ignorar assuntos particulares de funcionário, como a doença de um ente querido da família, por exemplo, pois para ele e a equipe de trabalho do SESMT- Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, quem consegue fazer essa ruptura é esquizofrênico. O projeto traz exatamente a ideia de que os acolhimentos e as escutas serão psicoterapias breves e focais, e que irão depender da necessidade do paciente, podendo ser cinco ou seis atendimentos, no máximo. Caso o funcionário necessite de um atendimento prolongado, ele é encaminhado ao plano de saúde, caso tenha, ou encaminhado para clínicas do estado, município ou clínicas de faculdades.