Em julho, agosto e setembro de 2024, o Amazonas teve 83,5 mil trabalhadores criativos, segundo o Painel de Dados do Observatório da Fundação Itaú, que avalia o emprego e a geração de renda no segmento. O número é 1% maior que o total alcançado no mesmo período no ano anterior e 34% maior que o registrado em abril, maio e junho de 2024.
A economia criativa engloba os segmentos de moda, atividades artesanais, indústria editorial, cinema, rádio e TV, música, desenvolvimento de software e jogos digitais, serviços de tecnologia da informação dedicados ao campo criativo, arquitetura, publicidade e serviços empresariais, design, artes cênicas, artes visuais, museus e patrimônio.

Série histórica
A nível nacional, a economia criativa fechou o terceiro trimestre de 2024 com 7.793.534 trabalhadores em atividade. O número é o maior registrado desde o início da série histórica iniciada em 2012. O salário médio pago para esses trabalhadores também alcançou resultados positivos. Eles atingiram a marca de R$ 4,8 mil mensais, superando em cerca de 50% o salário médio da economia brasileira – de R$ 3,2 mil – no terceiro trimestre de 2024.
De acordo com o levantamento, a economia criativa apresentou um crescimento de +3%, com a criação de mais de 228 mil novos postos de trabalho, no terceiro trimestre de 2024, frente a igual período do ano anterior. O índice é o mesmo verificado para a expansão do emprego no agregado da economia brasileira. O resultado consolidou uma série de três trimestres seguidos de expansão de postos de trabalho no segmento. Foram criados 68 mil empregos entre o primeiro e segundo trimestres e mais 51 mil empregos entre o segundo e o terceiro trimestres de 2024.

Evolução dos postos de trabalho
Entre as áreas de atividade da indústria criativa que registraram maior expansão do emprego no 3º trimestre de 2024 estão artes cênicas (109%) que registrou forte recomposição da força de trabalho após queda significativa entre o 2º e 3º trimestres de 2023, seguida por mercado editorial (+17%), design (15%) e publicidade (+10%). Em contraponto, registraram queda: gastronomia (-13%), museus (-9%), cinema, rádio e TV (-9%), arquitetura (-9%) e museus e patrimônio (-9%).

Informalidade cresce
Quanto ao tipo de vínculo de trabalho, no terceiro trimestre de 2024, o Painel de Dados apontou forte crescimento de postos de trabalho informais na economia criativa, com um aumento de +7% frente a igual intervalo do ano anterior. No agregado da economia brasileira o aumento de vagas informais foi menor: +2%.
No mesmo período, o número de trabalhadores formais na economia criativa apresentou estabilidade, com um crescimento de apenas +1%, em contraste ao aumento de +4% para o total da economia brasileira; dados que apontam para a tendência de maior precarização nas condições de trabalho na indústria criativa.

Disparidade geográfica
Os postos de trabalho se concentram em São Paulo, segundo as informações do Painel de Dados da Fundação Itaú. O estado ocupa o posto de maior mercado da indústria criativa no país, com 2,5 milhões de trabalhadores ativos. O crescimento relativo da oferta de trabalho no estado, no entanto, foi menor que a média nacional, marcando 1% de expansão no 3º trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano anterior.
No mesmo intervalo, a oferta de trabalho no segmento cresceu 37% em Roraima, 21% em Sergipe e 18% em Mato Grosso, Pernambuco e Minas Gerais. Na sequência, estão Bahia (+15%), Ceará e Rondônia (+13%), Tocantins (+12%), Espírito Santo (+10%), Amapá (+9%), Goiás (+7%), Paraíba (+6%) e Amazonas (1%). No mesmo período, foram registradas quedas no número de postos de trabalho na economia criativa no Piauí (-35%) no Pará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul (-10%) e no Acre (-8%). Quedas menos expressivas foram registradas nos estados do Paraná (-3%), Maranhão e Mato Grosso do Sul (-2%), e Santa Catarina e Distrito Federal (-1%). O Rio de Janeiro ficou estável, sem crescimento ou declínio.

Salários
Embora a remuneração no segmento seja maior que a média agregada da economia, persistem as disparidades por gênero e raça/cor. De acordo com o estudo, mulheres negras recebem em média 69% menos que homens brancos.
Os homens brancos ganham em média R$ 7,1 mil em postos na cultura e nas indústrias criativas. Os homens pretos recebem R$ 4,1 mil e os pardos, R$ 4,5 mil. O distanciamento se acentua ainda mais no caso das mulheres. As trabalhadoras brancas recebem R$ 4,1 mil, enquanto as pretas recebem R$ 2,2 mil e R$ 2,5 mil, as pardas.