A Polícia Civil prendeu Mikaelen Ferreira de Almeida, 20, na segunda-feira (23), suspeita de estar envolvida na morte do ex-líder comunitário Francisco Ribeiro Reis, 50, o “Chiquinho”, no dia 16 de outubro de 2022, na Avenida Cristo Rei, bairro Coroado, zona Leste de Manaus. Ao sair da sede da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), a suspeita falou com a imprensa e negou ter participação do crime e disse que apenas presenciou o crime.
“Ele falou para mim assim: vem aqui se não eu vou cometer o maior erro da minha vida. Aí o rapaz (Chiquinho) disse assim, vem aqui, pelo amor de Deus, tenta conversar com seu marido, não deixa ele fazer nada comigo. Eu fui, mas não adiantou de nada, tentei convencer ele de todas as formas, mandei ele pensar no filho dele, mas não adiantou de nada. Ele estava sob efeito de drogas e eu não sabia nem quantos dias ele estava amanhecido”, disse.
Mikalen disse ainda, que chegou a ver “Chiquinho” morto e que após o crime o casal saiu para fazer compras com o dinheiro dele. “Sou inocente, estou ciente de que não fiz nada. Fomos fazer compras com o dinheiro dele, mas eu estava o tempo todo com medo. Eu cheguei a ver o “Chiquinho” morto”, afirmou.
Conforme Débora Barreiros, delegada adjunta da DEHS, Lander de Souza Diniz Júnior, 18, o ‘Júnior Menor’, matou a vítima com golpes de tesoura e Mikaelen, companheira dele, estava na casa da vítima e supostamente teria ajudado no crime. A delegada também comentou sobre o casal ter usado o dinheiro da vítima para fazer compras no supermercado, após o crime.
“Na época do crime ela disse que estava em cárcere privado com o autor do crime, a polícia chegou a ter confronto com ele, resgataram ela, trouxeram para a delegacia e ela deu as primeiras informações. Mas em virtude de câmeras de rua, vimos que ela entra na casa da vitima, passa cerca de 56 minutos lá e sai tranquilamente com o autor. Ele vai na frente dela e ela um pouco atrás. Não demonstra nenhum arrependimento, nenhum medo, ela poderia ter chamado por socorro na rua, porque já era dia claro, mas na verdade agora com provas representamos pela prisão preventiva dela”, disse.
Barreiros relatou, que ao ser questionada em depoimento sobre o que ficou fazendo ao longo dos 55 minutos na casa da vítima, Mikaelen afirmou que teria presenciado a morte de “Chiquinho”.
“Ela disse que nada pode fazer porque seu companheiro estava sob efeito de drogas. Mas ela não soube explicar porque ela saiu tão calmamente do local. Em seguida ela vai com ele no supermercado com o dinheiro da vítima. Ela tentou sustentar a versão do cárcere privado, mas com as provas ela acabou confessando”, destacou.
Mikaelen vai responder por homicídio e será encaminhada para audiência de custódia.
Júnior Menor
Na época, “Júnior Menor” chegou a transmitir uma live antes de cometer o crime,onde relatou que estava fazendo aquilo devido a uma quantia em dinheiro que teria emprestado a “Chiquinho”.
“Eu matei o cara mesmo. Porque ele me deve e quem deve tem que pagar com a vida. Ele morreu porque tava me devendo e eu faço a justiça com as minhas próprias mãos”, disse na live.
“Eu emprestei R$ 4 mil pra ele. Ele tava com dinheiro e não me pagou. Eu tive que matar ele”, afirmou.
‘Junior Menor’, foi morto a tiros no mesmo dia da morte Francisco. Ele estava escondido na mata do sítio da mãe no quilômetro 41 da rodovia federal BR-174, na Comunidade Nova Canaã. O infrator também estava mantendo refém a mulher e o filho. Em uma tentativa de fuga, trocou tiros com os policiais, e acabou sendo atingido.