Caprichoso é bicampeão no 56º Festival Folclórico de Parintins
O Caprichoso é campeão do 56º Festival Folclórico de Parintins. Com o tema “O brado do povo guerreiro”, o Touro Negro conquistou os jurados e alcançou o 25° título da agremiação folclórica. A apuração ocorreu, na tarde desta segunda-feira (3), no Centro Cultural de Parintins – Bumbódromo.
Na soma total de pontos, Caprichoso levou a melhor com 1.259 contra os 1.258,8 do Garantido.
Apresentação
Em sua primeira apresentação, o Caprichoso apresentou o subtema “Ancestralidade: a semente das nossas lutas”. A apresentação prestou homenagem aos antepassados, exaltando as raízes ancestrais do povo Caprichoso.
Na primeira noite, os pontos altos da apresentação foram a entrada da cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, que evoluiu com a toada “Guerreira das Lutas”, a evolução da tribo coreografada com a participação do pajé Erick Beltrão ao som de “Yreruá – Festa do Guerreiro”, e a evolução do item com a toada “Maraka’yp”, que encerrou a apresentação.
O boi azul e branco abriu a segunda noite do festival com o subtema “Resistência: a força da nossa existência”.
Fechando o Festival Folclórico de Parintins, Caprichoso apresentou a “Revolução: a consagração pelo saber popular”. Nesta terceira parte, o brado do Caprichoso reclamou os “saberes e fazeres” dos povos da Amazônia expressos na cultura popular, bradando que, enquanto houver opressão, haverá resistência e que o saber popular deve ser usado como arma contra a intolerância, os racismos, os preconceitos e repressões de toda a sorte.
O bumbá levou à arena quatro alegorias com altura média de 22 metros, além dos módulos levados por guindaste à encenação folclórica, que potencializam a altura das alegorias.
Na apresentação, o Caprichoso mostrou suas raízes identitárias e homenageou o fundador do boi azul e branco, Roque Cid.
Caprichoso
O Boi-Bumbá Caprichoso foi fundado em 1913, pelas mãos de famílias nordestinas, Cid e Gonzaga. A brincadeira que nasceu nos quintais das casas com versos de saudação e enaltecimento, nas vozes dos fundadores, logo se transformou em desafios fortes para o contrário.
O bumbá ganhou as ruas da cidade e incorporou as tradições locais. As pessoas passavam, mas o Caprichoso não, sendo recebido por um novo dono, uma nova família que, tradicionalmente, tornava-se a guardiã do boi, responsável por organizar as saídas do boi nas ruas de Parintins.
A agremiação folclórica é responsável pelo projeto social Fundação Boi-Bumbá Caprichoso, denominado Escola de Artes Irmão Miguel de Pascalle, para crianças e adolescentes que exercitam e desenvolvem o potencial intelectual e artístico nas oficinas de artes, dando um retorno à comunidade e ao festival. Fundada em 1998, a escola já revelou mais de 5.500 artistas que podem ser vistos nos galpões, no conselho de arte, na dança, na música e em todos os segmentos.
Fotos: Alex Pazuello/Secom
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