Próximo de completar um ano à frente da Suframa – foi nomeado em abril do ano passado –, o ex-deputado federal Bosco Saraiva tem sido uma das boas surpresas do terceiro governo do presidente Lula. Durante essa sua gestão na autarquia, a imprensa local não registrou um único escândalo, como era quase lugar comum nas administrações passadas.
Passarinho que acorda cedo
Amazonense de Manaus e tendo sido escolhido pela bancada federal do Amazonas no Congresso Nacional, que fez a indicação do seu nome para o cargo de forma unânime, Bosco Saraiva tem um ditado simples que diz muito sobre o seu modo de ser: “Passarinho que acorda cedo é que come fruta madura”. Daí o estranhamento de alguns servidores da Suframa em vê-lo chegar, todos os dias, pontualmente às 7 horas e só abandonar a autarquia altas horas da noite.
“O Bosco é o primeiro trabalhador de chão de fábrica que chega ao maior posto da Suframa”, diz o sindicalista Carlos Lacerda, ex-Secretário Nacional do Trabalho e atual presidente do Sindnapi-AM (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Inativos do Amazonas). “Ele trabalhou quase 10 anos no Distrito Industrial, portanto conhece de perto a realidade de nossas fábricas, as necessidades dos empresários e as demandas dos trabalhadores. É essa expertise, esse conhecimento, que está fazendo a diferença”.
A Suframa Saraiva
“A Suframa está ligada intrinsicamente à vida de todos nós e tem sido o motor de desenvolvimento dessa região importantíssima para o Brasil ao longo dos últimos 57 anos. É nossa obrigação fortalecer toda a Amazônia Ocidental, incluindo o Amapá, levando informações e orientações aos micros e pequenos empresários que estão nos municípios do interior, seja no Amazonas, em Rondônia, em Roraima, no Amapá ou no Acre, mostrando a eles como usufruir dos benefícios da Zona Franca de Manaus (ZFM) e das Áreas de Livre Comércio (ALCs)”, afirma Bosco Saraiva.
Para fortalecer laços institucionais e explorar perspectivas de investimentos na região, Bosco Saraiva já manteve encontros presenciais com os governadores Gladson Cameli (AC), Clécio Luís (AP), Antonio Denarium (RR), Marcos Rocha (RO) e Wilson Lima (AM). Os encontros têm sido oportunidades valiosas para o superintendente da Suframa apresentar as diversas possibilidades de investimento na região, incluindo incentivos fiscais para empresas na Amazônia e ações de interiorização executadas por meio de transferência de recursos da União.
Integração regional
“Estamos colocando em prática a integração regional. Estivemos em todos os estados que estão na esfera de influência da Suframa fazendo uma série de visitas na área de nossa atuação, incentivando a criação e desenvolvimento de institutos que possam acessar os recursos da Lei de Informática, resultando em negócios e geração de emprego e renda. Por isso, fico muito agradecido pelo apoio que temos recebido de todos os governadores, sem exceção, para realizarmos esses eventos que atendem aos interesses da nossa região”, diz Bosco.
Depois da integração regional, que era a primeira prioridade do superintendente, a segunda prioridade era a interiorização das ações da Suframa para chegar ao micro e pequeno empresário que atualmente não usufrui dos serviços da autarquia. Nesse aspecto, Bosco Saraiva, também, tem obtido bons resultados.
“Nós concluímos todo o trabalho de integração regional com Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá. E, em alguns desses Estados, nós estivemos presentes por mais de uma vez. Nós conseguimos também chegar a alguns municípios do interior do Estado do Amazonas, cumprindo essa etapa de integração e de interiorização. Esse trabalho se reflete, exatamente, na quantidade de novas empresas que foram cadastradas. Nós temos algo em torno de 50 mil CNPJs cadastrados. Porém, no ano passado, a partir desse trabalho de integração de divulgação dos incentivos da Zona Franca de Manaus, atingimos cerca de 5 mil novas empresas que ingressaram no cadastro da Suframa, o que é muito bom para nossa economia”, recorda.
Fora dos holofotes
“O Bosco Saraiva é um gestor pragmático, que abraça a missão que lhe é confiada sem buscar os holofotes da mídia nem mirar numa futura projeção política”, diz o empresário e engenheiro eletrônico Adalberto do Melo Franco, que, como Bosco Saraiva, trabalhou muitos anos no Distrito Industrial. “Se ele tiver acesso ao fundo da Suframa, que está contingenciado há 10 anos e importa em mais de R$ 3 bilhões, aí, sim, vai fazer uma verdadeira revolução na Amazônia Ocidental. Estou torcendo para que isso aconteça”.
Pedra no sapato deles
Apesar do contingenciamento do fundo da Suframa ser uma pedra no sapato de qualquer superintendente, Bosco Saraiva mostra-se otimista com o futuro da ZFM.
“O presidente Lula já deixou claro que a Zona Franca de Manaus será mantida com suas vantagens competitivas porque tem um papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico da região. E isso ficou claro com o estabelecimento das regras de forma muito clara e garantida no texto constitucional. Isso significa dizer que a Zona Franca de Manaus eliminou de uma vez por todas o tal dos riscos que tinha ou que se apresentava na análise das empresas para efeito de implantação aqui. Não há risco pelos próximos 50 anos, a segurança jurídica está clara, estabelecida no texto constitucional e a nossa meta é crescer cada vez mais na quantidade de empresas a se instalar no Polo Industrial de Manaus para gerar emprego e renda para o nosso estado”, avalia.