Desde 2021 o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), sabia que as pontes da BR-319, que liga o Amazonas a outras partes do país, corriam risco de desabamento.
Um documento publicado no Diário Oficial da União (DOU), datado do dia 28 de dezembro, mostra que Afonso Luiz Costa Lins Júnior, o superintendente regional do órgão alerta que a rodovia apresentava “riscos iminentes” à quem trafegava na via devido a “situação calamitosa” do trecho.
“Situação de Emergência na rodovia BR-319/AM no trecho do Km 13,00 (Fim Travessia Rio Amazonas (Careiro) ao Km 178,50 (Fim da Pavimentação), haja vista as condições em que se encontra a BR-319/AM, bem como os riscos iminentes aos quais se expõem os usuários, que nela trafegam, devido à situação calamitosa de trafegabilidade no trecho mencionado, proferida pela Coordenadora de Engenharia Terrestre desta Superintendência Regional do DNIT no Estado do Amazonas […]”, diz o documento.
A rodovia é a única ligação terrestre entre Manaus e outras regiões do país e em 10 dias houve dois desabamentos de ponte.
No dia 28 de setembro (quarta-feira) a primeira tragédia aconteceu, a ponte sobre o Rio Curaçá, 25 km do município de Careiro da Várzea, desabou com motoristas e pedestres em cima durante um tumulto ocasionado pelo protesto de caminhoneiros que reivindicavam melhorias no trecho, quatro pessoas morreram e 14 ficaram feridas no acidente. Na segunda (26/09), o DNIT havia interditado a área.
No último sábado (8/10), a ponte sobre o Rio Autaz Mirim, também localizada no mesmo quilômetro desabou. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a rodovia já estava interditada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e não há registro de feridos.
Foto: Bruno Kelly / Reuters