A ERT Bioplásticos, referência na fabricação de materiais compostáveis no Brasil, inaugurou nesta segunda-feira (5) sua mais nova planta industrial no Polo Industrial de Manaus (PIM). A unidade reforça a aposta da empresa em soluções ambientais e marca um avanço significativo na consolidação da Zona Franca como centro estratégico da bioindústria.
Com capacidade inicial de 10 mil toneladas anuais, a nova fábrica – segunda da empresa no país, ao lado da unidade de Curitiba (PR) – deve atingir 15 mil toneladas ainda neste primeiro ano de operação. O investimento posiciona o Amazonas como uma das principais frentes da produção de bioplásticos na América Latina.
Tecnologia limpa e economia verde
Instalada com apoio dos incentivos fiscais da Zona Franca, a fábrica de Manaus simboliza a expansão descentralizada da ERT e o compromisso com a sustentabilidade da Amazônia. Os produtos fabricados utilizam PLA (ácido polilático), um biopolímero derivado de matérias-primas renováveis como cana-de-açúcar e amido de milho. O diferencial está na compostabilidade: os itens produzidos podem ser transformados em adubo em até seis meses, quando descartados com resíduos orgânicos.
Segundo o CEO da ERT, Kim Fabri, a nova planta amplia a capacidade produtiva da companhia e fortalece sua presença em mercados-chave. “Nosso objetivo é ser uma plataforma de soluções ambientais, ajudando empresas a alcançarem metas de sustentabilidade”, afirmou.
Empregos, inovação e parcerias locais
A chegada da ERT a Manaus já movimenta a economia local. A fábrica entra em operação com contratos em vigor, entre eles o fornecimento de materiais para a Positivo Tecnologia, e deve gerar empregos qualificados. A empresa também planeja estreitar laços com universidades e centros de pesquisa da região, como a UFAM e o INPA, com foco em inovação e no aproveitamento sustentável da biodiversidade amazônica.
O projeto foi viabilizado com parte dos R$ 50 milhões captados junto à XP Private, recursos que estão sendo aplicados em infraestrutura e desenvolvimento tecnológico. A meta é ousada: tornar-se a maior produtora de bioplásticos da América Latina até o fim de 2025. Somadas, as unidades de Manaus e Curitiba elevarão a capacidade total da empresa para 22 mil toneladas por ano.
Bioplástico: o futuro em construção
Criada em 2009 nos Estados Unidos, a ERT atua no Brasil desde 2020 e é uma das poucas fabricantes de plásticos biodegradáveis no continente. Em um cenário de crescente exigência por práticas ESG, os bioplásticos ganham espaço. Em 2024, o mercado global dessas resinas somou 2,2 milhões de toneladas, com o PLA respondendo por 300 mil toneladas e uma taxa de crescimento anual de 25%, muito acima dos 4,3% registrados pelos plásticos convencionais.
Zona Franca como aliada do desenvolvimento sustentável
A escolha de Manaus para a nova planta vai além da logística estratégica para a América Latina. Reforça a vocação da Zona Franca como vetor de uma economia verde, aliando tecnologia limpa, geração de empregos e valorização dos recursos naturais da Amazônia.