Na noite de sexta-feira (21), uma operação de abordagem social para combater à exploração infantil em semáforos resgatou 13 crianças em Manaus. A ação ocorreu em seis pontos da cidade onde identificaram a maior movimentação da atividade ilegal.
Os menores foram encaminhados ao Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (Saica). Além disso, a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) levou alguns responsáveis para prestar esclarecimentos e responder pelas infrações cometidas.

Pais ausentes
A operação contou com a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), conselheiros tutelares, o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJ-AM) e à Depca.
“Em algumas abordagens, identificamos adultos, homens e mulheres, que estavam com crianças que nem eram seus filhos. Isso demonstra a existência de um mercado organizado, no qual utilizam menores para sensibilizar as pessoas e obter dinheiro. Não podemos permitir que isso continue. Vamos intensificar ainda mais essas operações para reduzir este tipo de situação na cidade”, afirmou Saullo Vianna, titular da Semasc.
Por fim, a secretária informou que mais fiscalizações como essa devem acontecer para erradicar a exploração infantil, além de proteger à juventude das crianças e adolescentes da capital amazonense.

Situação grave
O titular da Semasc, Saullo Vianna, destacou a gravidade da situação e reforçou o compromisso da Prefeitura de Manaus em combater essa prática. “Em algumas abordagens, identificamos adultos, homens e mulheres, que estavam com crianças que nem eram seus filhos. Isso demonstra a existência de um mercado organizado, no qual utilizam menores para sensibilizar as pessoas e obter dinheiro. Não podemos permitir que isso continue. Vamos intensificar ainda mais essas operações para reduzir este tipo de situação na cidade”, afirmou.

Operação abrangerá toda Manaus
Vianna também adiantou que as ações serão expandidas para outras áreas da cidade. “Iremos realizar o mesmo tipo de abordagem com pessoas em situação de rua no Centro de Manaus, garantindo que todas as crianças tenham seus direitos protegidos”, concluiu.
A Prefeitura de Manaus reforça o compromisso com a proteção da infância e adolescência e segue empenhada em intensificar as fiscalizações e ações preventivas para erradicar essa prática na capital amazonense.

Problema antigo
O problema é antigo. Em 2021, o Conselho Tutelar já alertava que muitos pais alugavam os filhos para verdadeiras quadrilhas que exploram esse tipo de coisa. Encontrar crianças pedindo dinheiro nas ruas de Manaus é um antigo problema, que vem se tornando cada vez mais comum. Só nos quatro primeiros meses de 2021, a prefeitura recebeu 69 denúncias de crianças nos semáforos. Ao verificar as denúncias, as equipes de abordagem social identificaram 42 famílias, 72 crianças e 8 adolescentes nessa situação.
De acordo com o Conselho Tutelar, cada situação precisa ser analisada, e apesar de haver famílias em vulnerabilidade social, uma das coisas que mais preocupam é que muitas dessas crianças estão sendo exploradas pelos próprios pais, que “alugam” os filhos para a prática de pedir dinheiro nos semáforos.

Aluguel de crianças
À época, o conselheiro tutelar Francisco Amaral disse que o órgão tinha abordado diariamente famílias em situações como essa, e aplicando advertência por escrito. Segundo ele, os pais eram notificados, e caso o ocorrido voltasse a acontecer, poderiam responder judicialmente e perder a guarda dos filhos.
“Tem crianças sendo alugadas para essa prática, e isso já se torna um ato criminoso e não mais uma situação de vulnerabilidade. Há situações que é realmente a vulnerabilidade, mas a maioria delas é a exploração das crianças para mendicância. Notificamos, e se isso vier a se repetir’ não temos outra saída a não ser apresentar criminalmente esses pais e pedir a destituição do poder familiar “, comentou ele.

Imigrantes em Manaus
Com a chegada de milhares de imigrantes, o número de pedintes nas ruas aumentou. No entanto, segundo o Conselho Tutelar, a quantidade de estrangeiros e brasileiros estava equilibrada. A pandemia aumentou a dificuldade de famílias na extrema pobreza. A refugiada Ariane Herrera, por exemplo, ainda hoje vende água em um semáforo de Manaus, com o marido e os três filhos do casal. Ela diz reconhecer o problema, mas voltar para a Venezuela, não é uma alternativa.