Musk dobra aposta, pede renúncia de Moraes e ameaça decisões do STF
Na noite de sábado, o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, defendeu também no X a regulamentação “urgente” das redes sociais e criticou de forma indireta Elon Musk – o nome do empresário não foi citado. Messias disse que “bilionários com domicílio no exterior” não podem ter controle de redes sociais e violar o Estado de Direito.
O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo, também defendeu a regulamentação. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirma que pedirá que o projeto de lei sobre o tema seja pautado — ele é relator do PL das Fake News.
Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores elogiaram Musk e defenderam o posicionamento. O ex-presidente publicou vídeo com o empresário ontem. “Elon Musk é o mito da nossa liberdade”, escreveu.Continua após a publicidade
Musk ameaçou fechar escritório no Brasil
A mensagem de Musk foi publicada num momento em que jornalistas escolhidos por ele receberam supostas revelações sobre como a antiga plataforma Twitter teria sido alvo de decisões que, em sua avaliação, representam um ataque contra a liberdade de expressão.
Em manobra orquestrada e que repete a estratégia adotada pela extrema direita dos EUA em 2022, as supostas “revelações” foram imediatamente instrumentalizadas por grupos bolsonaristas para pedir uma CPI e aumentar a pressão contra o STF.
No sábado, o próprio Musk disse que retiraria todas as restrições de contas no X determinadas pelo Judiciário brasileiro e ameaçou fechar o escritório da empresa no Brasil.
“Este juiz [Moraes] aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao X no Brasil”, escreveu.
Tudo isso ocorre enquanto o Judiciário, no Brasil, revela como membros do governo Bolsonaro tramaram um golpe de Estado e uma ruptura democrática.
Texto: UOL