Já se passaram nove dias desde que a ponte sobre Rio Curuçá, no Km 25 da BR-319, no município de Careiro da Várzea, desabou deixando mortos e feridos. Até o momento o corpo do funcionário público federal João Nascimento Fernandes, 58, continua desaparecido e sua família revive todos os dias a dor da perda do ente querido.
A neta da vítima, Beatriz Fernandes, conta que todos os dias os parentes se revezam para acompanhar de perto as buscas pelo corpo do avô. A família recebe ajuda de amigos que fazem uma espécie de ‘cotinha’ para arcar com os custos dessas idas e vindas ao local do acidente.
“A gente está sofrendo muito com a demora nas buscas pelo corpo do meu avô, estamos muito cansados. Além disso estamos gastando até o que não temos para estar todos os dias no local do desabamento. Os amigos do meu avô e da minha avó estão fazendo ‘cotinha’ e ajudando a gente nesse momento”, contou.
Beatriz revelou que por meio do Porto Chibatão a família conseguiu um guindaste para a retirada do caminhão com carga de 60 toneladas de cimento, que ainda está debaixo da água. Porém, para que o guindaste possa começar os trabalhos é preciso que seja feita uma terraplanagem na área, para que o peso da máquina seja suportado e não venha a afundar.
“O local onde ocorreu o desabamento está bem perigoso e corre o risco de não suportar o peso do guindaste, por isso a importância da terraplanagem. Desde o quarto dia do acidente já se falava nessa terraplanagem e até o momento ninguém fez nada, não aguentamos mais esperar e precisamos de respostas. O que podemos fazer estamos fazendo. Já conseguimos esse guindaste, estamos passando informações para os bombeiros, mas precisamos que agilizem essa terraplanagem” desabafou.
Por meio de nota a Secretaria de Comunicação do Governo informou que o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) solicitou ao Departamento Nacional de Transporte e Infraestrutura (Dnit), responsável pela construção, manutenção e fiscalização da área onde a ponte desabou no rio Curuçá, na BR-319, um guindaste para que seja retirada do rio uma carreta que carregava cimento e um rolo compressor, com peso total de aproximadamente 60 toneladas.
Porém, em decisão conjunta com o Dnit, o içamento do material só será possível após a área estar estável, uma vez que há o risco de o local não suportar o peso do guindaste.
Na terça-feira (04), os bombeiros continuaram realizando tentativas de retirada a carreta do rio utilizando dois cabos de aço, puxado por tratores, mas até o início da tarde não haviam conseguido içar o material. Desde o dia do acidente (28/09) oito veículos já foram içados.
No total, oito mergulhadores, sendo seis do Corpo de Bombeiros e dois da Marinha do Brasil, estão atuando nas buscas de uma vítima, que continua desaparecida. Quatro pessoas morreram e 14 ficaram feridas no acidente, dessas, 13 já receberam alta e um homem de 60 anos segue internado no Hospital e Pronto Socorro Platão Araújo, na zona leste de Manaus.
Foto: Arquivo Maskate News