Nesta quinta-feira, que precede o Domingo da Ressurreição, na celebração do corpo de Cristo, uma das solenidades mais importantes do calendário litúrgico da igreja católica, o celebrante repete durante a missa o mesmo gesto descrito na Bíblia, em todos os evangelhos, Mateus, Marcos João e Lucas, a cerimônia do lava-pés. Das muitas cenas dos Evangelhos, uma das mais emotivas e profundas é certamente a despedida de Jesus, na véspera de sua Paixão e Morte, em Jerusalém.
A HUMILDADE E A DESPEDIDA DE JESUS
Tratava-se de uma breve despedida e uma demonstração radical do significado da palavra humildade. Esta palavra vem do latim humus, que quer dizer terra, no sentido literal da palavra. Tu és terra, pó, e à terra retornarás. A descrição daqueles momentos nos enche de tristeza. Jesus sabe que vai enfrentar sua morte, mas, ao mesmo tempo, garante-nos a esperança de que a vida sairá triunfante e de que, n’Ele, todos nós seremos resgatados.
JOÃO, O APÓSTOLO MAIS CHEGADO A JESUS
Entre os evangelistas, é João quem descreve os últimos momentos da vida de Jesus com muitos detalhes, ao mesmo tempo em que relaciona, simbolicamente, cada fato com uma realidade da compreensão profunda do plano de salvação de todos nós (Jó 13,1-15). Quem se permitir, de coração aberto, mergulhar na teologia amorosa de João Evangelista, vai compreender o que estamos falando.
O MESTRE AMADO
Ao narrar a Última Ceia do seu Mestre Amado com seus apóstolos, João vai nos dar uma verdadeira aula de cristianismo, afeto sincero que tem como professor o próprio fundador da fé, Jesus Cristo. A Ceia de Jesus atualiza a Ceia Pascal Judaica, afinal, tanto ele quanto seus discípulos, eram herdeiros da tradição religiosa de Abraão. Por isso, temos que respeitar as tradições do antigo testamento e orar a Deus pela união de todos em torno da figura humana e divina de Jesus de Nazaré.
Reflexões sagradas
• Ao reunir os seus apóstolos para cear, Jesus celebra uma tradição religiosa conhecida de todos que dela procedem.
• O Filho de Deus, porém, dá outro significado àquela refeição: ali, não temos mais um cordeiro sendo imolado, mas, sim, o próprio Jesus.
• Daquele momento em diante, o cordeiro dado em oferta para redenção do mundo é Jesus.
• Será também nessa refeição que, oferecendo pão e vinho, Jesus faz conhecer aos seus que aqueles alimentos jamais serão os mesmos, quando forem dados em seu nome: “Fazei isso para celebrar a minha memória”.