A seca severa que atinge o Amazonas pode afetar o abastecimento de Diesel, principal combustível usado nas termelétricas e afetar o setor energético.
Isso porque a seca alterou, drasticamente, o tempo de viagem de barco de Manaus até os municípios. Agora, o percurso que antes era feito em alguns dias está sendo concluído em até um mês.
Com isso, as balsas da Amazonas Energia, que levam o combustível para manter a termelétrica em funcionamento, estão demorando mais para chegar com o insumo.
Em entrevista para o jornalista Waldick Júnior do A crítica, o presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM), Anderson Sousa, afirmou que os riscos de racionamento de energia nos municípios são reais. E que os prefeitos de várias cidades, já entraram em contato para informar a situação. Ele diz ainda que já conversou com a Amazonas Energia sobre o que vem ocorrendo.
“Estivemos em contato com a Amazonas Energia na última sexta-feira (6), porque existe risco de desabastecimento em algumas cidades. Vários prefeitos têm ligado, colocado pontualmente para associação que não há como chegar mais barcos para entregar combustível. E 90% dos municípios da nossa entidade utilizam termelétrica”, afirmou Anderson.
No dia 3 de outubro, quando esteve em Manaus com sua comitiva, o vice-presidente Geraldo Alckmin disse que o Governo Federal estava estocando Diesel para garantir geração de energia na Amazônia, já que uma das principais hidrelétricas da região Norte precisou suspender as atividades por causa da baixa vazão dos rios.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a estocagem já foi feita até a capacidade máxima, apesar disso o suprimento é suficiente para apenas 30 dias.
“No dia 8 de junho houve um 1º comunicado da Agência Nacional de Águas sobre esse fenômeno que demonstrou que deveríamos nos prevenir na questão da segurança energética. Na 1ª reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico depois desse comunicado, nós soltamos essa determinação a todos os sistemas isolados, que são 169 a óleo diesel na Amazônia. A estocagem foi feita no dia 29 de julho, e no dia 30 de agosto já estávamos com estocagem máxima, o que nos dá um certo conforto, pelo menos para os próximos 30 dias, que os sistemas isolados estarão com suprimento garantido”, disse Silveira.
Amazonas Energia nega racionamento
Apesar de negar, há quase um mês, a concessionária de energia elétrica da região publicou uma matéria confirmando que enfrentava dificuldades para fornecer o combustível para os municípios.
“A concessionária leva o diesel de Manaus porque o custo é menor. Se fosse adquiri-lo nas cidades próximas, o gasto iria duplicar, correndo risco de não encontrar o produto na quantidade necessária. Com a descida das águas, demora mais tempo o transporte. Se houver aumento de consumo neste período, o que deve ocorrer pelo calor excessivo, é possível que não consigamos suprir a demanda a tempo de evitar um racionamento”, declarou o diretor de Relações Institucionais, Radyr Gomes.
“Em todos os municípios que podem ser afetados pela vazante, o serviço de energia é realizado por meio de termelétricas, que dependem do diesel para funcionar”, explica Radyr Gomes.
A empresa agendou uma coletiva para amanhã (10), e promete esclarecer todas as dúvidas sobre o abastecimento no Estado.