Há três anos, o resultado do mesmo período foi de R$1 bilhão de saldo positivo. A estatal teve prejuízo de R$2 bilhões entre janeiro e setembro, o pior valor na história da empresa para esse período de tempo. A empresa corre o risco de ter prejuízo superior ao de 2015, durante o governo Dilma, quando ficou devendo R$2,1 bilhões.
As gestões anteriores conseguiram recuperar a estatal, que atingiu o lucro recorde de R$3,7 bilhões em 2021. Em 2024, os Correios esperavam ganhar cerca de R$22,7 até o final do ano, porém o valor foi revisado para R$20,1 bilhões.
CORTE DE GASTOS
Por conta do cenário de crise, a direção dos Correios está elaborando um plano de corte de gastos ainda em outubro. O documento com as informações sobre o corte estava em sigilo até o poder 360 conseguir acesso. O primeiro plano abordado envolvia um teto de gastos de R$21,96 bilhões. A empresa também considera suspender por 120 dias as contratações de funcionários terceirizados. Mesmo contando com cerca de 84.700 trabalhadores, a estatal precisa de mão de obra extra para a sua operação.
Também está prevista a revisão dos contratos com a empresa, para reduzir o mínimo de 10% nos valores acertados. A renovação de contratos só poderá acontecer com melhores termos para a estatal, que garantam economia.
GESTÃO ATUAL
O presidente dos correios atualmente é o advogado Fabiano Silva dos Santos, indicado por um grupo de advogados a Lula que atuam contra os processos da Lava Jato chamado Prerrogativas.
Em novembro, os Correios desistiram de recorrer em uma ação trabalhista avaliada em R$600 milhões.
O mesmo aconteceu em outro caso que estava em estágio mais avançado avaliado em R$400 milhões. A empresa também colocou R$7,6 bilhões no fundo de presidência Postalis, cobrindo metade do valor do fundo que não aceita novos participantes desde 2008.
No caso investigado, a empresa pagou mais de R$1 bilhão em indenizações no ano e transferiu o valor para o balanço da gestão anterior. Assim, o lucro de R$200 milhões de 2022 virou um prejuízo de R$800 milhões.
Foto Divulgação: Emerson Nogueira/ Estadão Conteúdo
Redação: Sarah Andrade